sábado, 22 de agosto de 2015


PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA




Algures, em Lisboa, existe uma porta.

Esta porta.

Para que serve esta porta ?  Aparentemente para fazer cair num precipício que a transpuser vindo de uma sala, de um gabinete, de um corredor.  Sabe-se lá...

Mas... onde fica esta porta ?

Vamos ver.



Começando a descer a Calçada da Ajuda, depara-se-nos, à mão esquerda, um velho e arruinado edifício, com ar de que, sobre ele, passaram já muitos anos.

Tem um aspeto deplorável, arquitetonicamente desprezível como tantos outros monos caducos da nossa Cidade:  janelas seladas e, até, algumas paredes de contenção, não vá aquilo acabar por se esboroar tudo por ali abaixo em cima de alguém.  Como que uma fábrica há muito abandonada.


No entanto, a cobertura até parece em bom estado, o que leva a crer que, apesar de tudo, ali andou a mão de alguém.


Ora, a porta do início da nossa história, fica mesmo ali, no cimo da Calçada da Ajuda, do lado esquerdo de quem desce.

Perguntará o Leitor:  mas que interesse tem uma porta esquecida num edifício caduco, quiçá já com um projeto de demolição?

Bem, levantando um pouco o véu, a verdade é que, nesse edifício se encontra instalada, nada mais, nada menos, do que a Direção-Geral do PATRIMÓNIO CULTURAL!

Não deixa, é verdade, de ser estranho, conhecida como é a propensão dos serviços do Estado para se fazer ocupar instalações condignas;  como cumpre, aliás.

Sobretudo, não faria qualquer sentido que a Direção-Geral do PATRIMÓNIO CULTURAL estivesse instalada num miserável edifício no qual devem estar, pelos vistos, a ser violadas não sei quantas disposições de não sei quantos diplomas legais sobre edificações e construções.

Sobretudo se tivermos em conta que é, precisamente, à Direção-Geral do PATRIMÓNIO CULTURAL que cumpre, além da Cãmara Municipal de Lisboa, apreciar, aprovar, propor alterações e reprovar projetos imobiliários;  e, não menos relevante, emitir intimações para obras de conservação em imóveis classificados, muito especialmente, claro está, os que se encontrem em condições tão lamentáveis como esta velha e decrépita construção.
Mas está, sim:  a Direção-Geral do PATRIMÓNIO CULTURAL está, mesmo, instalada atrás daqueles três arcos que se vê na imagem anterior e que dão acesso a quê?
A nada menos do que o nobre pátio interior do não menos nobre Palácio da Ajuda, pátio onde se encontra a porta que dá acesso à zona onde estão instalados os serviços da Direção-Geral do PATRIMÓNIO CUILTURAL!

Tudo isto no palácio onde, há quatro anos atrás, o nosso XIX Governo Constitucional, tomou posse!

Enfim, nunca deixará de me admirar o à-vontade com que os políticos, especialmente os responsáveis pelo património e pela cultura, convivem paredes meias com o abandono, os escombros, o cócó dos pombos e demais porcaria;  e a beatitude e a complacência com que, HÁ QUATRO DÉCADAS, encaram toda a insólita situação aqui descrita.

The time is unripe, the climate is unsuitable, the atmosphere is unfavourable.
"Yes, Minister" - "Sir Humphrey Appleby"

Já lá vão, de facto, mais de QUARENTA ANOS que, em Setembro de 1974, um incêndio destruiu a fachada tardoz do Palácio e... para ali ficou, assim, ao abandono, esta parte que os visitantes, que entram pela suntuosa fachada provavelmente, não são encorajados a ver.
Qual é a moral da história?  Nenhuma.

Bem pelo contrário:  convenhamos que é, francamente, imoral que a Direção-Geral do PATRIMÓNIO CULTURAL continue a pôr e dispor do património de terceiros, a quem impõe classificações, reparações, conservações e beneficiações, enquanto  a sua própria "casa" para ali está, há mais de QUARENTA ANOS, seguramente a violar um ror de normas ao abrigo das quais as intimações para obras são dirigidas aos proprietários de património classificado.

Claro que alguém sempre acabará por dizer que a culpa é da crise, que o Estado não tem fundos para aplicar na recuperação do imóvel, e por aí fora.

Mas...  qual crise?  Sabe o Leitor de alguma crise económica que dure há mais de QUARENTA ANOS?

Que vergonha!  E que pena é que nem a estátua da GENEROSIDADE tenha despertado os nobres sentimentos de um mecenas que aceitasse associar ao seu nome a tão necessária recuperação...

Ou que não tenha, ainda, aparecido, na Cultura, alguém com capacidade e competência para atrair esse investimento, tão necessário!

Não passa, muito provavelmente, de desleixo, de inércia, de falta de vontade política, de falta de sensibilidade para a Cultura por parte de governantes escolhidos a dedo que, os de ontem como os de hoje, se deleitam como Concerto para Violino de... Chopin.

Projetos e promessas não faltam.  Até anúncios, há anos atrás, de que os trabalhos iriam começar no "próximo ano".  Qual deles?




Diga-se também, olhando para a imagem aqui à esquerda, que nem todas as áreas exteriores do Palácio primam pela limpeza, já que, apesar dos muitos passarinhos que por ali andam, esta porcaria toda no chão não se acumulou ali, com toda a certeza, num só dia.

Ou será considerado extravagância o cuidado de, com alguma regularidade, dispensar a estes acessos de algumas atenções?







Por fim, a fachada principal:  uma ilustre fachada, bolorenta e vandalizada.  Não por amigos do alheio, mas, talvez, por outro tipo de selvagens.

Ao que tudo indica, por montadores irresponsáveis de suportes publicitários, supervisionados por quem, manifestamente, não teria competência para o fazer.
Os danos na pedra são, claro está, irrecuperáveis, mas não houve, sequer, o cuidado de os disfarçar.

Estão ali bem à vista do visitante que entra:  um bocado de massa para ali atirado, de outra cor ou envelhecida pelo tempo, que para ali continua, para o menos atento turista reparar e comentar...

Enfim, consolemo-nos:  a cobertura do Palácio Nacional da Ajuda está, realmente, uma beleza...

Não acham?
Haja alguma coisa para louvar!

- x - 

Deixando, agora, as misérias do Palácio, aproveitemos para espreitar o que se passa nas cercanias do consagrado Monumento.

A Sul do Palácio encontramos a Alameda dos Pinheiros.
Da dita Alameda dos Pinheiros estende-se, até à Rua da Bica do Marquês, um enorme terreno - que, na zona, me asseguraram não se tratar, propriamente de um baldio, uma vez que, vai não vai, alguém aparece a desbastar o mato.
Na parte mais a Oeste, junto à Rua de Dom Vasco, o terreno está pejado de ruínas de construções há muito assim deixadas.  No espaço, apenas sobrevive a Academia Recreativa da Ajuda - uma resistente que talvez acabe por estar a empecilhar um chorudo negócio imobiliário dos do costume.  De quem?  Não consegui saber.

Fala-se, no entanto, ali por perto, de um banco que terá adquirido o terreno, deixado assim ficar.

Na zona Norte do terreno, mesmo junto à Alameda dos Pinheiros, está um prédio devoluto.  Ou melhor, um prédio onde me dizem que mora uma inquilina ilegal, no rés-do-chão.

Dizem, também, que está devoluto porque todos os inquilinos foram despejados, porque... está em risco de derrocada parcial.

Ah, mas disseram-me, ainda, outra coisa.  Disseram-me que o prédio em risco pertence à Câmara Municipal!


Do outro lado da Rua de Dom Vasco - do lado esquerdo de quem a desce -, existe um outro terreno, aparentemente também um baldio.
Relativamente a este, porém, nada consegui apurar na zona.  Diz-se que pertence a um organismo diplomático, mas não consegui saber qual.

Ninguém conhece o terreno, nem sabe o que foi ou é.

- x -

Ora, a Sul de ambos os baldios - assumamos, face à evidência, que ambos o são -, corre, como se viu, a Rua da Bica do Marquês.

Nessa rua encontra-se instalado o Laboratório de Arqueociências (LARC) da Direção-Geral do PATRIMÓNIO CULTURAL (a tal que funciona no Palácio da Ajuda, lembram-se?).

Pois, segundo diz o respetivo sítio na Internet, o LARC "é uma estrutura de investigação da DGPC que integra diferentes áreas disciplinares que se complementam. Tem como principal objetivo produzir conhecimentos sobre aspetos de natureza económica, social, cultural e biológica das populações ancestrais, bem como da sua relação e interação com o meio ambiente. Pretende-se, deste modo, identificar diacronicamente os mecanismos de mudança responsáveis pela realidade presente. Para concretizar este desafio, recorre-se a diferentes disciplinas dedicadas ao estudo do Passado através da análise de artefactos líticos (Tecnologia Lítica), sedimentos (Geoarqueologia), restos de plantas (Paleobotânica), animais (Arqueozoologia) e ossos humanos (Bioarqueologia humana) recuperados em contexto arqueológico".

Ainda segundo o mesmo sítio, o LARC encontra-se "dotado de instalações, aparelhos técnico-científicos, infraestruturas documentais e Coleções de Referência como a Osteoteca, a Palinoteca, a Carpoteca e a Xiloteca";  parece tratar-se, de facto, de uma única e notável coleção.


Seria, assim, de esperar que uma imagem do exterior das tais instalações de referência nos fosse apresentada no sítio da Direção-Geral do PATRIMÓNIO CULTURAL.

Mas não.  E sabem porquê?

É porque o Laboratório de Arqueociências é... ISTO!  --------->





E fica, mesmo, ao pé DISTO!  --------->


Como vêem, algo de que a Direção-Geral do PATRIMÓNIO CULTURAL e qualquer alfacinha se podem, legitimamente, orgulhar!



Dobrando a esquina e, de novo, na Calçada da Ajuda, encontramos, ao subir, a Junta Freguesia da Ajuda, que lá vai convivendo com tudo isto, mal ou bem.
Em frente, o que é ou foi o "Ajuda Clube", agora aparente devoluto, ou em vias de ficar.  As instalações, mesmo ao lado do Jardim Botânico da Ajuda, lá vão fazendo um esforço para se aguentar.






Subo um pouco mais a Calçada da Ajuda, e termino, a Nordeste do Palácio, a caminhada pelas cercanias.




No Largo da Torre, a Torre da Paroquial, ou Torre do Galo, sobrevivente do incêndio de 1794.

Não consegui entrar, porque a porta está fechada a cadeado.   Mas, o que se passa lá dentro, as imagens do exterior deixam, facilmente, adivinhar...







Na Calçada do Mirante à Ajuda, bem à vista do Palácio e de quem o visita, um putrefacto testemunho do cuidado que o Estado dispensa, não só ao Palácio onde os governos tomam posse, mas à envolvente.

Algo que, de uma habitação, se transformou num misérrimo casebre em ruínas, fétida e imunda imunda sala de chuto.

- x -

Com tão bela e atraente envolvente, deve ser, realmente, um sonho, a vista das janelas dos pisos superiores do Palácio Nacional, que para ali está, com um trajo de cerimónia muito gasto, amachucado e sujo.

Ainda para mais, com os fundilhos rotos...


- x -

Recordando uma polémica, em tempos idos, sobre uma certa casa de banho forrada a mármore, lembrei-me de procurar a morada atual da Secretaria de Estado da Cultura.

Ora, não é que o gabinete de Sua Excelência o Secretário de Estado continua, precisamente, no Palácio da Ajuda?

Terá acesso pela tal porta do início da nossa história?  Não, não deve ter.  Deve ter, antes, uma bela vista sobre o Rio que passa ao longe.

Talvez por isso a fachada tardoz tarde a sair do esquecimento governamental...

É pena.

- x -

A propósito:  onde irá tomar posse o XX Governo Constitucional?

NAQUILO??!!

Tenham dó!




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Aqui perto, veja também:
PALÁCIO DAS ÁGUIAS





Alguns Links:

quinta-feira, 20 de agosto de 2015


SALDANHA - ESTEFÂNIA



Comecemos esta caminhada na Praça do Duque de Saldanha, no extremo Sul da Avenida da República.

Grandes e modernos edifícios, a par com o decrépito prédio onde, em tempos idos, funcionou um salão de cabeleireiro, e serviu de sede de candidatura a um eminente político português.

Trata-se do número 1 da Avenida da República, tornejando para o Saldanha. --------->



Ao que parece, encontra-se em vias de classificação.  O que, para alguns, é pena, já que, desta forma, fica inviabilizado o que parece que seria o projeto original:  partir aquilo tudo...






No 18 do Saldanha, quase devoluto, encontramos o imóvel da antiga e emblemática Farmácia Cruz Nunes, que ainda por lá vai exercendo a sua atividade..

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Mesmo ao lado, e totalmente devoluto, o 12, que também já foi sede de candidatura.
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Junto a ele, o 40 da Avenida Praia da Vitória.


Degradado, devoluto, e...  até com a tal janelinha aberta, que, se uma ou outra telha tiver voado, talvez ajude, com o passar do tempo, a inundar tudo aquilo com águas pluviais até apodrecer, para que se possa demolir, como convém - a alguns -, e ali construir coisa de jeito.






Descendo a Avenida Casal Ribeiro, encontramos, à direita, o prédio de gaveto com a Rua Ator Taborda.

Mais um que está mudo, vazio.   À espera...








Bem, mas a Ator Taborda parece um autêntico cemitério de elefantes"

Ora vejam...
O 40, o 26 a 34, o 20 a 24.




E, claro está, o prédio de gaveto para a Rua Engenheiro Vieira da Silva.

Tanta tralha, numa rua tão pequena!

Bem, adiante...




Paralela à Ator Taborda, a Rua Almirante Barroso não lhe fica atrás.

Aqui temos, pois, o 1, o 5 e o 18, todos em idêntico estado de "conservação"...
... e que me perdoe o 15, que quase me esquecia dele!
Ainda na Almirante Barroso, um tradicional baldio lisboeta,
e o também tradicional tapume do tradicional baldio.
Alfacinha de gema que sou, já devia estar acostumado aos baldios.  Mas, que querem?  Não me consigo habituar...

Mas vamos, então, até à Rua de Dona Estefânia, começando pela parte mais a Sudoeste.

Dois tristes marcos atraem, imediatamente, a nossa atenção:
  • no 111, o que já não resta do outrora fervilhante Casal de Santa Luzia, há tantos anos progressiva e, quiçá, criteriosamente extinto...
... e que tem um já mais que desbotado projeto.
  • e, no gaveto com a Travessa da Escola Araújo, algo que os mais antigos se lembram de ter sido, em tempos muito idos, uma escola de artes dramáticas e, mais tarde, uma instalação do Instituto Português da Juventude.
Não passa, hoje, de um decrépito mono, há largos anos devoluto e selado.

A ESTAMO - imobiliária do nosso Estado - descreve o imóvel como "Estado de ruína. Projeto de arquitetura aprovado-Processo nº  531/EDI/2013", e pede por ele € 2.850.000,00, sabe-se lá há quanto tempo já.



Mas há mais, claro.

Há sempre mais numa rua desta nossa Cidade.


O 28 a 30, em frente ao Casal de Santa Luzia ---------->





Ao lado do Casal de Santa Luzia, o 95.

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Na porta, um esbatido pedido para loteamento sabe-se lá de quando;  e a entrada de um projeto para demolição autónoma, de 2015.

Para quando será ?...



Um simpático baldio junto ao gradeamento do Hospital de Dona Estefânia... --------->










... e, com o 49, acabamos o segmento Sul desta rua.






Saindo da Rua de Dona Estefania, a Rua Alexandre Braga apresenta um aspeto desolador.

Não tanto pela quantidade de situações que por lá encontrei, mas mais pelo notório abandono a que o comércio, progressivamente, a vai votando.

Devolutos, o 10 e o 31.

A Rua da Escola de Medicina Veterinária bem podia, agora, chamar-se Rua da Polícia Judiciária, já que lá foi plantado o respetivo mamarracho onde, em tempos idos, a velha Escola existia.  Talvez acabem por instalar lá por perto outra polícia, depois de arrasar o velho Liceu Camões...

Nas traseiras do Casal de Santa Luzia, encontrei abandonado este edifício, com projeto para demolição autónoma datado do passado mês de Julho.  A ver vamos, pois, quanto tempo demora a decisão camarária.

Palpita-me, no entanto,
que será breve, já que, sem este imóvel, fica livre todo o espaço do Casal de Santa Luzia, e o caminho aberto a que, finalmente, veja a luz do dia o tal projeto há tanto tempo anunciado.


Vejamos, por fim, o segmento Norte da Rua de Dona Estefânia.

Se o 189 não estiver vazio, muito ativo também não parece estar.  Quanto ao 74, não deixa grandes dúvidas.  Também o 159, para acabar.

Mesmo ao lado do cosmopolita Saldanha, a Estefânia apresenta-se, desde há muito, uma zona verdadeiramente decadente, triste, que, talvez, só a - eventual... - concretização de um projeto para o Casal de Santa Luzia acabe por dinamizar.



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Alguns Links:

Espaços Percorridos:

Rua Alexandre Braga
Rua Almirante Barroso
Rua Aquiles Monteverde
Rua Ator Taborda
Avenida Casal Ribeiro
Largo de Dona Estefânia
Rua de Dona Estefânia
Travessa de Dona Estefânia
Praça do Duque de Saldanha
Rua Engenheiro Vieira da Silva
Travessa da Escola Araújo
Rua da Escola de Medicina Veterinária
Rua Fernão Lopes
Rua General Garcia Rosado
Rua General Farinha Beirão
Rua Joaquim Bonifácio
Praça José Fontana
Rua Pascoal de Melo
Avenida Praia da Vitória

sábado, 15 de agosto de 2015


CIDADE UNIVERSITÁRIA


Quando nos falam em Cidade Universitária, pensamos, logo, em escolas superiores, investigação, espaços amplos, modernos edifícios, excelentes instalações desportivas.  E pensamos assim com muita razão, pois, na verdade, tudo isso por lá existe.


Mas... não só.

A propósito de instalações desportivas, vejamos o que se passa mesmo em frente ao imponente Complexo de Piscinas do Estádio Universitário, que anuncia fitness, saúde e bem-estar.


Nada menos do que as instalações do antigo Canil Municipal de Lisboa, abandonadas vai para duas décadas, e em progressiva ruína deste então.

Notem bem que se trata de uma estrutura municipal.  Por isso, não há aqui histórias de heranças complicadas, de processos judiciais ou de projetos de difícil aprovação.

Ao longo de décadas nada se fez, presumivelmente, por falta de vontade, porque "logo se vê" ou por qualquer outra ponderosa razão de idêntico jaez.



Entretanto, lá vai ficando aquela "coisa", abandonada, a cair aos bocados, à vista de quem a quiser e de quem a não quiser ver.

Terão classificado também aquilo?  Será por isso que tarda a demolição?

Vá-se lá saber...

Deixando para trás o Complexo Desportivo, e percorrendo o caminho ao lado dos campos de relva sintética por onde se vê diversos atletas de fim-de-semana a dar a sua corridinhos, encontramos, no meio de mais um baldio lisboeta, um tanque metálico abandonado, a céu aberto, aparentemente sem qualquer utilidade.
Não deve ter grande utilidade, a fazer fé no aspeto repugnante da água que lá está dentro, e das coisas  estranhas que por lá andam mergulhadas ou a boiar.
Se alguém se esqueceu daquilo ali, é favor tirar...

Após percorrer a Segunda Circular em direção ao Campo Grande, temos, logo após o recém-pintado-por-fora Museu de Lisboa, um pequeno baldio com uma quantidade de velha tralha científica que, aparentemente, era pena deitar fora, mas ninguém encontrou onde guardar.

Ainda tentei aprender alguma coisa, já que pensei, ingenuamente, que aquilo seria uma espécie de exposição, que os aparelhos estivessem minimamente identificados, alguma coisa.  Enfim, sempre estamos numa Cidade Universitária, não é?

Mas não.  Estão só para ali ao Sol e às intempéries, aparentemente apenas para disfarçar o baldio - mais um - adjacente ao edifício da Junta de Freguesia, que a ninguém deve ter ocorrido como melhor ocupar.

Próximo da Faculdade de Psicologia, nem a Rua Dr João Soares deixa de ter o seu baldio privativo e o seu prédio devoluto.

Só por piada, claro, diz um letreiro que, devido ao perigo de "queda de objectos", é obrigatório o uso de capacete de proteção, de botas de proteção e de colete de alta visibilidade.

Bem, só mesmo se estiverem a falar de granizo em dias de invernia, porque o baldio está para ali inerte há sei lá quanto tempo, e, ao que tudo indica, por "algum" tempo assim irá ainda ficar.


Por fim, o 37 da Rua Dr João Soares.

Devoluto, abandonado, selado.









Até tem, já, um pequeno e dourado "jardim" em cima, de há tanto tempo assim estar...









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